A Polícia Federal (PF) deflagrou em 17 de março de 2014 a Operação Lava Jato, com o objetivo de desarticular organizações criminosas que tinham como finalidade o desvio e a lavagem de dinheiro no âmbito da Petrobras. A estimativa é de um prejuízo aproximado de R$ 19 bilhões. A ação da PF se tornou uma força-tarefa com o envolvimento de outros órgãos como Ministério Público Federal e a Receita Federal. Os investigados são executivos, ex-executivos e donos de empreiteiras, operadores do esquema, ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras, doleiros, ex-deputados, parlamentares e um ex-tesoureiro de partido, além de dezenas de pessoas que exerceriam outros papéis no esquema. O juiz federal Sérgio Moro é o responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância do Judiciário.
Por Líria Jade, da Agência Brasil
17 de março
1ª fase
A operação contou com a participação de aproximadamente 400 policiais federais e prendeu 17 pessoas, incluindo o doleiro Alberto Youssef. É justamente devido a Youssef que a operação está concentrada em Curitiba, na 13ª Vara Federal Criminal, já que os primeiros fatos investigados envolviam lavagem de dinheiro praticada em Londrina, no Paraná. Os grupos investigados registraram operações financeiras atípicas num montante que, inicialmente, já superava os R$ 10 bilhões. Na ocasião, foram cumpridas também ordens de sequestro de imóveis de alto padrão, além da apreensão de patrimônio adquirido por meio de práticas criminosas e bloqueio de dezenas de contas e aplicações bancárias.
Foto:André Richter/Enviado Especial /Agência Brasil/EBC
20 de março
2ª fase
A Polícia cumpriu 21 mandados de prisão, quatro de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão em São Paulo e em Campinas (SP), no Rio de Janeiro, em Macaé (RJ) e em Niterói (RJ). Foi preso, preventivamente, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, acusado de envolvimento com integrantes da quadrilha de doleiros.
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
11 de abril
3ª fase
A Polícia Federal cumpriu 23 mandados, expedidos pela Justiça Federal: dois de prisão temporária, seis de condução coercitiva e quinze de busca e apreensão, nas cidades de São Paulo/SP, Campinas/SP, Rio de Janeiro/RJ, Macaé/RJ e Niterói/RJ. Com os mandados, a PF buscou documentos que auxiliassem os trabalhos da investigação. O material arrecadado contribuiu para os relatórios finais dos inquéritos em andamento.
Foto: Cristina Índio do Brasil/ Agência Brasil
11 de junho
4ª fase
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa foi preso, preventivamente, pela segunda vez, no Rio de Janeiro. A prisão foi decretada a pedido do Ministério Público Federal, que apontou risco de fuga devido a supostas contas de Costa na Suíça, com depósitos de US$ 23 milhões. O ex-diretor da Petrobras havia sido libertado em 19 de maio por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Conforme as investigações da PF, Costa ajudou empresas de fachada mantidas pelo doleiro Alberto Youssef a fechar contratos com a Petrobras, incluindo obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
01 de julho
5ª fase
Dois supostos “operadores” de Alberto Youssef são presos preventivamente pela Polícia Federal nesta fase da investigação. Trata-se de João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, que seria o responsável por gerenciar contas de Youssef no exterior, e de Iara Galdino da Silva, apontada como responsável por abrir empresas de fachada.
Alberto Youssef, doleiro investigado pela Lava Jato.
Foto:Valter Campanato/Agência Brasil
22 de agosto
6ª fase
Abrange o núcleo de empresas vinculadas ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e seus familiares. Na ocasião, a Polícia Federal cumpriu 12 mandados – 11 deles de busca e apreensão e um de condução coercitiva.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
14 de novembro
7ª fase
Denominada “Juízo Final”, registrou o saldo de 27 presos além do bloqueio de aproximadamente R$ 720 milhões em bens pertencentes a 36 investigados. Entres os detidos estão o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e 17 executivos de grandes empreiteiras do país. Nesta fase, a PF também prendeu Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, considerado operador do PMDB no esquema.
Foto: Cristina Índio do Brasil/ Agência Brasil
14 de janeiro
8ª fase
A Polícia Federal prende o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. A PF monitorou as contas e aplicações financeiras do investigado e verificou que foram realizadas transações imobiliárias de forma subfaturada. Também foram observadas solicitações de resgate de aplicações financeiras com grande prejuízo pessoal, indicando que Cerveró tentava se desfazer de seu patrimônio, o que frustraria o ressarcimento aos cofres públicos. O ex-diretor da estatal foi acusado de crimes como corrupção contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.
Foto:Antônio Cruz/Agência Brasil
05 de fevereiro
9ª fase - My Way
Batizada como “My Way”, esta fase é fruto da análise de documentos e contratos apreendidos anteriormente pela PF. Os alvos foram 11 operadores e 25 empresas que atuariam na Diretoria de Serviços da Petrobras e na BR Distribuidora. Ao todo, a PF cumpriu mandados em 26 empresas. Entre os investigados levados para prestar depoimento estava o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
16 de março
10ª fase - Que país é esse?
A décima fase da Operação Lava Jato foi batizada pelos delegados com a indagação: "Que país é esse?" – forma como o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque se manifestou ao ser preso pela primeira vez. Nesta fase, Duque volta a ser detido. Mesmo após a deflagração da Operação Lava Jato, o ex-diretor teria continuado cometendo crime de lavagem de dinheiro, ocultando os valores oriundos de propina em contas secretas no exterior, por meio de empresas offshore. Outras cinco pessoas foram presas nesta etapa.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
10 de abril
11ª fase - A origem
Denominada “A Origem”, essa fase da operação prendeu preventivamente os ex-deputados André Vargas, Luiz Argolo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE) acusados pelos crimes de corrupção, fraude a licitações, lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de influência. De acordo com a PF, além dos três ex-deputados, mais 27 pessoas foram indiciadas. Também foram apurados indícios de participação nos crimes por parte de Leon Vargas, irmão do André Vargas; Eliá Santos da Hora, secretária de Argolo; o publicitário Ricardo Hoffmann e Ivan Medonça da Silva Torres, apontado como laranja do ex-deputado Pedro Corrêa, todos presos nessa fase.
Fotos: Gustavo Lima e Leonardo Prado Câmara dos Deputados / Fotomontagem
15 de abril
12ª fase
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto é preso, investigado por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Delatores da Operação afirmam que o tesoureiro intermediou doações de propina em contratos com fornecedores da Petrobras.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
21 de maio
13ª fase
A PF prende o empresário Milton Pascowitch, acusado de envolvimento em fraudes na Petrobras e citado pelo ex-gerente da estatal Pedro Barusco como operador de pagamento de propina oriunda de contratos com a Engevix. Na casa de Pascowitch, os policiais apreenderam obras de arte.
Milton Pascowitch, suspeito de envolvimento no pagamento de propina à Petrobras.
Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados
14 de novembro
14ª fase - Erga Omnes
Batizada de Operação Erga Omnes, investiga crimes de formação de cartel, fraude a licitações, corrupção, desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro. Nesta fase, foram presos os presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. Entre os presos estavam ainda os executivos Márcio Farias e Rogério Araújo, da Odebrecht, e Paulo Dalmaso e Elton Negrão, da Andrade Gutierrez.
Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro do grupo Odebrecht.
Foto: Cicero Rodrigues/ World Economic Forum
02 de julho
15ª fase - Operação conexão Mônaco
O foco das investigações nessa fase, nomeada “Operação Conexão Mônaco”, foi o recebimento de vantagens ilícitas no âmbito da Diretoria Internacional da Petrobras. O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, é preso, se tornando o quarto ex-diretor da estatal a responder à ação penal do escândalo que chegou a ser chamado, por políticos de oposição ao governo, de “petrolão”. Nesta fase foram investigados os crimes de corrupção, fraude em licitações, desvio de verbas públicas, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados
28 de julho
16ª fase - Operação Radioatividade
Conhecida como “Operação Radioatividade”, teve como foco das investigações contratos firmados por empresas já mencionadas na Operação Lava Jato, como a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. Foi apurado, nesta fase, a formação de cartel e o prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3, além do pagamento indevido de vantagens financeiras a empregados da estatal.
Foto: Eletronuclear / Divulgação
03 de agosto
17ª fase - Operação Pixuleco
O juiz federal Sérgio Moro determinou o bloqueio preventivo de até R$ 20 milhões nas contas do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e outros sete investigados. A decisão também abrangeu as contas do irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e da empresa JD consultoria, que era controlada por Dirceu. Ambos foram presos na operação, que foi batizada como “Operação Pixuleco”.
De acordo com a PF e com o Ministério Público Federal (MPF), Dirceu foi o criador e beneficiário do esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Lava Jato. Segundo os investigadores, na época em que era ministro da Casa Civil no governo Lula, Dirceu nomeou Renato Duque para Diretoria de Serviços da estatal, quando foi iniciado o esquema de superfaturamento de contratos.
Foto: TV Brasil / Reprodução
13 de agosto
18ª fase - Pixuleco II
Conhecida como “Pixuleco II”, esta fase identificou a existência de um esquema de pagamento de valores ilícitos referente à concessão de empréstimo consignado por meio do Ministério do Planejamento. A empresa Consist Software, administrada pelo ex-vereador de Americana (SP) Alexandre Romano (PT), receberia uma taxa mensal das empresas que ofereciam crédito consignado para cada empréstimo concedido. A maior parte desse valor recebido pela Consist, estimado em R$ 52 milhões pagos entre 2010 e 2015, era então destinada ao PT, por meio do lobista Milton Pascowitch, de acordo com as investigações da PF. Alexandro Romano foi preso nesta fase.
Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil
23 de junho de 2016
O ex-ministro do Planejamento do governo Lula e das Comunicações no primeiro governo Dilma, Paulo Bernardo, foi preso em Brasília. Ele é marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Outro ex-ministro de Dilma Carlos Gabas (Previdência) teve a casa alvo de busca e apreensão.
Operação Sépsis - 1º de julho de 2016
A origem do nome da operação faz referência ao quadro de infecção generalizada quando um agente infeccioso afeta mais de um órgão. A Polícia Federal prendeu o doleiro Lúcio Bolonha Funaro em São Paulo, ligado ao presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A ação é baseada nas delações de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa indicado por Cunha, e de Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas. Cleto relatou em delação premiada que Cunha recebeu propinas em operações de gruposque obtiveram aportes do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS). Segundo relato de Cleto, Cunha cobrava comissões variáveis dos repasses feitos pelo fundo. As empresas do grupo JBS Friboi estão entre os alvos da operação.
03 de agosto
19ª fase - Nessun Dorma
A fase Nessun Dorma, traduzida como “que ninguém durma”, revelou um novo operador supostamente ligado ao PMDB, João Augusto Rezende Henriques. Ele e o empresário José Antunes Sobrinho, sócio-diretor da Engevix, foram presos pelas PF.
José Antunes Sobrinho, sócio-diretor da Engevix.
Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados
16 de novembro
20ª fase - Operação Corrosão
Denominada “Operação Corrosão”, teve como alvo ex-funcionários da Petrobras investigados pelo recebimento indevido de valores, notadamente em contratos relacionados com as refinarias Abreu e Lima e Pasadena. Dois envolvidos no esquema tiveram a prisão temporária decretada: o ex-gerente-executivo de Engenharia da Petrobras Roberto Gonçalves, sucessor de Pedro Barusco na estatal, e o doleiro Nelson Martins Ribeiro. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, determinou o bloqueio de valores dos dois investigados.
Foto: Petrobras / Divulgação
24 de novembro
21ª fase - Passe Livre
O pecuarista e amigo do ex-presidente Lula José Carlos Bumlai é preso preventivamente em Brasília na fase da operação batizada como “Passe Livre”. O empresário é acusado de envolvimento em fraude no contrato para a operação do navio-sonda Vitória 10.000. De acordo com o MPF, Bumlai utilizou contratos firmados na Petrobras para quitar empréstimos junto ao Banco Schahin. O dinheiro destes financiamentos era destinado ao Partido dos Trabalhadores (PT), segundo o MPF.
No dia seguinte a esta fase, em ação autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal prende Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado. Também foram detidos Diogo Ferreira, chefe de gabinete do petista, e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. É a primeira vez que um senador é preso no exercício de seu mandato. Delcídio foi flagrado, em gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo, garantindo influência no STF e apoio financeiro para soltar o ex-diretor da Petrobras.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
27 de janeiro
22ª fase - Triplo X
Na etapa denominada Triplo X, a PF apura a existência de estrutura criminosa na abertura de empresas off-shores e contas no exterior. Essas empresas teriam sido criadas para ocultar crimes de corrupção com recursos de delitos praticados na Petrobras. Esta fase mira apartamentos da empreiteira OAS que, segundo investigações, podem ter sido usados para repasse de propina do esquema de corrupção da Petrobras.
A PF chega ao condomínio Solaris, no Guarujá (SP), onde a empreiteira OAS assumiu a construção dos imóveis após um calote da Bancoop. O próprio nome da operação faz alusão ao tríplex que teria sido destinado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a cobertura número 164-A. O imóvel teria sido reformado pela empreiteira para Lula.
Divulgação
05 de fevereiro
23ª fase - Operação Acarajé
Esta etapa da Lava Jato é chamada de Operação Acarajé, nome usado pelos suspeitos para se referirem ao dinheiro irregular, segundo a PF. Ao todo, foram expedidos 51 mandados judiciais. A 23ª fase surgiu a partir de documentos apreendidos na 9ª etapa da operação. Entre eles, está uma carta de Monica Moura, mulher e sócia do marqueteiro João Santana, endereçada ao engenheiro Zwi Skornicki, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras. Investigadores suspeitam que João Santana, que atuou em campanhas eleitorais do PT, foi pago com propina de contratos da Petrobras. Ele teria recebido US$ 7,5 milhões entre 2012 e 2014, por meio de uma conta secreta na Suíça. João Santana e a esposa são presos, bem como funcionários da Odebrecht e operadores do esquema, incluindo o lobista Zwi.
Reprodução / TV Brasil
14 de janeiro
24ª fase - Aletheia
Batizada como "Aletheia", que significa "busca da verdade", a operação cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, que foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento. Ao todo, foram expedidos 44 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva - quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. A PF investiga o vazamento de informações sobre a fase. A suspeita é de que pessoas ligadas a Lula e seus familiares tenham agido para dificultar o cumprimento dos mandados da operação. De acordo com os investigadores, há indícios de que tenha havido uma “limpa de documentos” antes do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, especialmente na sede do Instituto Lula. Também foram levados para depoimento dois filhos de Lula, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e os empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna.
Em 16 de março, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância, decidiu retirar o sigilo sobre ligações do ex-presidente Lula interceptadas com autorização judicial. Em um dos telefonemas, Lula recebe uma ligação da presidenta Dilma Rousseff. A revelação de diálogos envolvendo membros da alta cúpula do Executivo causou polêmica nos meios jurídico e político.
Foto: Paulo Pinto / Fotos Públicas
21 de março
25ª fase - Polimento
A operação prende, em Portugal, o operador financeiro Raul Schmidt Felippe Júnior. Investigado pela Lava Jato desde a 10ª fase, Schmidt é tido como sócio do ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada e estava foragido. O nome de Raul Schmidt foi incluído no alerta de difusão da Interpol em outubro de 2015. Esta fase, a primeira operação internacional realizada pela Lava Jato, foi batizada como "Polimento".
Foto: Reprodução/YouTube/ Victoria and Albert Museum
22 de março
26ª fase - Xepa
Intitulada "Xepa", a operação tem como foco o grupo Odebrecht. Trata-se de um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato e mostra um esquema de contabilidade paralela no âmbito da empreiteira para pagamento de vantagens indevidas a terceiros, "vários deles com vínculos diretos ou indiretos com o poder público em todas as esferas". As investigações mostram que houve pagamento em espécie a indicados por altos executivos do grupo Odebrecht, em várias áreas de atuação do grupo. De acordo com a PF, "há indícios concretos de que o Grupo Odebrecht se utilizou de operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para a disponibilização de tais recursos".
Foto: Acervo Odebrecht
01 de abril
27ª fase - Operação Carbono 14
Deflagrada para investigar a prática dos crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraude, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Foi batizada como Operação Carbono 14 e acarretou na prisão temporária do ex-secretário geral do PT Sílvio Pereira e do dono do Diário do Grande ABC, Ronan Maria Pinto. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares foi alvo de condução coercitiva.
Foto: Antônio Cruz / Abr
12 de abril
28ª fase - Vitória de Pirro
Na fase batizada como "Vitoria de Pirro", o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) é preso preventivamente, em Brasília, sob suspeita de ter recebido propina em troca de sua atuação política em comissões parlamentares de inquérito que investigavam a Petrobras. A prisão do ex-senador foi autorizada após terem sido recolhidas provas de que ele recebeu R$ 5 milhões em propina da empreiteira UTC Engenharia, conforme depoimento do dirigente da empresa, Ricardo Pessoa, em delação premiada, à força-tarefa da Lava Jato.
Cem policiais federais cumpriram 21 ordens judiciais, sendo 14 mandados de busca e apreensão, 1 mandado de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 4 mandados de condução coercitiva. As medidas foram cumpridas nos municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Taguatinga e Brasília.
O ex-senador Gim Argello foi preso na 28ª fase da Operação Lava Jato, em sua residência, em Brasília. José Cruz/Agência Senado
23 de maio
29ª fase - Repescagem
A denominada "Operação Repescagem" cumpriu seis mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro e Recife. Os mandados foram expedidos em investigação de crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva e ativa envolvendo verbas desviadas da Petrobras.
Um dos investigados, João Cláudio Genu, foi assessor do ex-deputado federal José Janene e tesoureiro informal do PP. Genu foi, juntamente com Janene, denunciado na Ação Penal 470, conhecida como Mensalão. À época, foi condenado pelo STF por corrupção e lavagem de dinheiro, mas houve prescrição quanto ao crime de corrupção e, quanto ao crime de lavagem de dinheiro, ele foi posteriormente absolvido.
Na Lava Jato, surgiram indícios da participação de Genu também no esquema de corrupção envolvendo contratos com a Petrobras. As investigações indicam que ele continuou recebendo repasses mensais de propina, mesmo durante o julgamento do Mensalão e após ter sido condenado.
Rovena Rosa/ Agência Brasil
24 de maio
30ª fase - Operação Vício
A "Operação Vício" cumpre 28 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e dez de condução coercitiva nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. As investigações são relacionadas ao esquema de corrupção e lavagem de ativos decorrentes de contratos firmados com a Petrobras. Três grupos de empresas são investigados por terem se utilizado de operadores e de contratos fictícios de prestação de serviços para repassar quantias, principalmente, à Diretoria de Serviços e Engenharia e Diretoria de Abastecimento da estatal. Aos investigados são atribuídos, entre outros, crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de ativos.
Cristina Índio do Brasil/ Agência Brasil
4 de julho
31ª fase - Abismo
Batizada como "Abismo", a Polícia Federal deflagrou operação para investigar desvios em licitações para a reforma do Cenpes (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, da Petrobras), no Rio de Janeiro, onde são feitos estudos sobre a exploração em águas profundas. Um dos alvos da operação é o ex-tesoureiro do PT, Paulo Adalberto Alves Ferreira, que já se encontra preso desde o dia 23 de junho na superintendência do órgão em São Paulo, em decorrência da operação Custo Brasil, também da PF.
São investigados os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em licitação, no que configurou, segundo a PF, um esquema que impôs prejuízos sistemáticos à Petrobras.
7 de julho
32ª fase - Caça-Fantasmas
A fase investiga uma instituição financeira panamenha que atuava no Brasil ilegalmente, sem autorização do Banco Central. Entre os clientes da instituição financeira estão investigados na Lava Jato, o que levou a Polícia Federal a concluir que recursos desviados da Petrobras passaram pela instituição panamenha.
A fase cumpriu mandados em São Paulo, Santos (litoral paulista) e São Bernardo do Campo (região metropolitana).
Segundo a PF, a instituição financeira panamenha funcionava como uma agência comercial de serviços bancários, cujo objetivo seria facilitar o envio de recursos ilícitos ao exterior. Entre seus serviços estava a comercialização de empresas offshore registradas pela panamenha Mossack Fonseca, que já foi alvo da 22ª fase da Lava Jato e está no centro do escândalo mundial "Panamá Papers".
Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil
2 de agosto
33ª fase - Resta Um
“Resta Um” é uma referência à investigação da última das maiores empresas identificadas como parte integrante da chamada “Regra do Jogo”, em que empreiteiras formaram um grande cartel visando burlar as regras de contratação em processos licitatórios da Petrobras.
O objeto principal desta fase foi a participação da Construtora Queiroz Galvão no esquema. A construtora possui o terceiro maior volume de contratos investigados no âmbito da Operação Lava Jato.
A investigação também abrange fatos com o objetivo de criar embaraços à comissão parlamentar de inquérito que investigava irregularidades junto a Petrobras pelo Senado Federal em 2009. Foram apuradas as práticas de crimes como corrupção, formação de cartel, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
22 de setembro
34ª fase - Arquivo X
Investigou fatos relacionados à contratação pela Petrobras de empresas para a construção de duas plataformas (P-67 e P70) para a exploração de petróleo na camada do pré-sal. O nome “Arquivo X” faz referência a um dos grupos empresariais investigados e que tem como marca a colocação e repetição do “X” nos nomes dos integrantes do seu conglomerado. Seundo o Ministério Público Federal, o Consórcio Integra Offshore, formado pelas empresas Mendes Júnior e OSX, firmou contrato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas.
Durante as investigações, verificou-se ainda que, no ano de 2012, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega teria atuado diretamente para negociar o repasse de recursos para pagamentos de dívidas de campanha do Partido dos Trabalhadores (PT). Esses valores teriam como destino pessoas já investigadas na operação e que atuavam no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo partido.
Forma apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, fraude em licitações, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Foto: Vanter Campanato/Agência Brasil
26 de setembro
35ª fase - Operação Omertà
Investigou indícios de relação criminosa entre o ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antônio Palocci,e o comando do Grupo Odebrecht. Há indícios de que o Palocci atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo em áreas de contratação com o Poder Público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos.
Também foram apurados pagamentos efetuados pelo chamado “setor de operações estruturadas” do Grupo Odebrecht para diversos beneficiários. O nome “omertà” faz referência à origem italiana do codinome "italiano" que supostamente a construtora usava para fazer referência a Palocci, bem como ao voto de silêncio que imperava no Grupo Odebrecht.
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
10 de novembro
36ª fase - Operação Dragão
Investigou dois importantes operadores financeiros, Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran, responsáveis pela movimentação de recursos de origem ilegal, oriundos de relações criminosas entre empreiteiras e empresas sediadas no Brasil com executivos e funcionários da Petrobras.
Foram apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, manutenção não declarada de valores no exterior e lavagem de dinheiro.
O nome “dragão”é referência aos registros na contabilidade de um dos investigados que chamava de “operação dragão” os negócios fechados para disponibilizar recursos ilegais no Brasil a partir de pagamentos realizados no exterior.
17 de novembro
37ª fase - Operação Descobridor
Os fatos investigados estão relacionados a irregularidades de obras no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), no complexo de Manguinhos e à reforma do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Essa fase de investigação foi desdobrada por meio da Operação Calicute, batizada em referência às tormentas enfrentadas pelo navegador Pedro Álvares Cabral a caminho das Índias. O objetivo era investigar desvio de recursos públicos federais em obras realizadas pelo governo do estado do Rio de Janeiro, com prejuízo estimado em R$ 220 milhões.
A apuração identificou fortes indícios de cartelização de grandes obras executadas com recursos federais mediante o pagamento de propinas a agentes públicos, entre eles, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, preso no Rio.
Desdobramento da Operação Calicute, em 2 de janeiro de 2017, por sua vez, foi deflagrada a Operação Eficiência em que o empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, foi preso.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
23 defevereiro
38ª fase - Operação Blackout
Foram cumpridos, no Rio de Janeiro, 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva por crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, entre outros. Operadores financeiros, identificados como facilitadores na movimentação de recursos indevidos pagos a integrantes de diretorias da Petrobras, foram alvos da Operação Blackout.
O nome “Blackout” é uma referência ao sobrenome de dois dos operadores, Jorge Luz e o filho, Bruno, financeiros do esquema criminoso que envolve a Petrobras, e à interrupção da atuação dos investigados como representantes do esquema.
21 de março
39ª fase - Operação Satélites
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República cumpriram mandados de busca e apreensão em Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Brasília. A Operação Satélites foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e utilizou, pela primeira vez, informações dos acordos de colaboração premiada firmados com executivos e ex-executivos da Odebrecht. Os acordos foram homologados pelo STF em janeiro de 2017.
Os alvos desa etapa não foram políticos, mas pessoas ligadas aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-presidente de Senado; Eunício Oliveira (PMDB-CE), atual presidente do Senado; Valdir Raupp (PMDB-RO) e Humberto Costa (PT-PE).