Agenor de Miranda Araújo Neto não se considerava um poeta, mas assim ficou conhecido e é lembrado pelos fãs que, no dia 7 de julho de 1990, perdiam um ídolo de carreira meteórica. Cazuza, como foi chamado pela família e amigos desde o nascimento, começou a cantar e escrever no grupo Barão Vermelho. Em oito anos de carreira em grupo e solo, deixou mais de 120 músicas gravadas, além de letras que devem ser lançadas ainda este ano, interpretadas por outros artistas. Seu maior parceiro de composições, Roberto Frejat, musicou em 1988 a letra de "O poeta está vivo", escrita por Dulce Quental. Naquele ano, Cazuza havia recém-lançado o disco Ideologia, após voltar de um tratamento contra o vírus HIV nos EUA; doença que ele assumiria ter apenas em fevereiro de 1989. “O poeta não morreu, foi ao inferno e voltou”, diz a canção, que acabou sendo lançada apenas em 1990 e se tornou uma homenagem póstuma. Foi em maio de 1988 que Cazuza deu uma entrevista à apresentadora Geisa Herrera, na extinta Rádio Nacional FM do Rio. Na conversa, ele fala da carreira, vida e família. Navegue pelos players abaixo para entender um pouco do que pensava o compositor de letras como Blues da Piedade, Ideologia e Brasil, que 25 anos após a sua morte continuam “impulsionando a grande roda da história” “com seus moinhos de vento”.
O especial inclui ainda uma entrevista bruta de Cazuza dada à TV Educativa do Rio Grande do Sul (TVE-RS), também em 1988, por ocasião do lançamento do disco e da turnê de Ideologia. Cazuza fala sobre as canções do álbum, política e como a doença mudou sua relação com a religião. Clique no player abaixo para conferir.