Confira lista com exemplos de animais “Criticamente ameaçados de extinção”, “Em Perigo e em "Situação Vulnerável. As três categorias representam os maiores sinais de alerta para eliminação da natureza, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação (Icmbio). O Portal EBC ouviu especialistas, entidades do governo, de organizações não-governamentais e ambientalistas para avaliar a situação de espécies e como a sociedade pode colaborar para a conservação.
Esta bela arara também é vítima do tráfico ilegal e da destruição do habitat no interior baiano. A ave é encontrada no Norte do estado, em região carente. Atualmente pode ser encontrada nas reservas ecológicas do Raso da Catarina e de Canudos. Originalmente, a ave vivia nos municípios de Campo Formoso, Euclides da Cunha, Uauá, Jeremoabo, Canudos, Sento Sé e Paulo Afonso. Um programa de conservação desenvolveu iniciativas para proteger o animal, com medidas que incluem ações voltadas ao envolvimento das comunidades, educação ambiental e de geração de renda. O projeto é desenvolvido na região de Euclides da Cunha, que representa 51% da área de alimentação da espécie.
Assista entrevista com o professor Luis Fábio Silveira, da USP
A espécie ocorre também nos estados de Alagoas e Pernambuco. As populações são consideradas severamente fragmentadas. Infere-se que a população atual não ultrapasse 250 indivíduos. Há declínio populacional continuado devido à perda de área de ocupação e de qualidade de habitat, uma vez que a espécie é exigente e não resiste à alteração de habitat.
Quem não interrompe um percurso na praia para observar golfinhos? No litoral sul do país, um cetáceo bem brasileiro, bem discreto, que não costuma pular para respirar, corre sérios riscos de desaparecimento. Ocorre que a perda de uma espécie como essa pode ter consequências bem mais graves do que o fim da composição de uma paisagem. A toninha, que é considerada pelos ambientalistas a espécie da família mais com o maior risco de extinção na América do Sul. O animal vive entre o litoral do Espírito Santo até o norte da Patagônia, e na Baía da Babitonga, em Joinville (SC) .
O motivo da ameaça acontece longe dos olhos de quem está em terra. De acordo com a bióloga Marta Cremer, da Universidade da Região de Joinville, a principal ameaça ao animal é a pesca de arrasto, tanto artesanal como industrial. “Os animais morrem afogados ao se prenderem às redes de malha”. Outro motivo do declínio da espécie é o aumento da poluição e a degradação dos ambientes costeiros na área em que a toninha habita”, explica a bióloga que coordena o Projeto Toninhas, organização nãogovernamental que atua para pesquisa e divulgação em relação à situação da espécie.
Análises realizadas em 2002, indicaram que a espécie pode atingir o “quase colapso”, chegando a 10% do tamanho populacional original, até o ano de 2025. Os dados se baseiam em levantamento a partir de observação aérea com avião bimotor em toda a região compreendida entre Florianópolis/SC e Chuí/RS. Marta Cremer e outros profissionais puderam constatar recentemente, que a estimativa de população de toninhas caiu de 16.500 animais, há uma década, para 9.500 atualmente.
“O número já era antes considerado preocupante pelos pesquisadores e o alerta já havia sido dado”. Na visão da pesquisadora, o Plano de Ação Nacional para a Conservação da Toninha, de 2010, não trouxe ações práticas esperadas para redução das ameaças. O projeto Toninha trabalha em parceria com profissionais do Laboratório de Zoologia da Udesc, de Laguna (SC), o Ceclimar/UFRGS, de Imbé (RS), e o Laboratório de Ecologia e Conservação de Megafauna Marinha da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), de Rio Grande (RS).
A alteração brusca do habitat natural com o elevado crescimento das cidades, além da caça, ameaçam o menos conhecido dos tatus-bola. Essa espécie é encontrada na caatinga (onde não deve haver mais do que 1% da população original) e no cerrado, principalmente na região de divisa entre Goiás, Bahia e Minas Gerais. Uma fragilidade é que essa espécie não escava buracos. Ou seja, resta ao animal apressar-se e “correr” ou enrolar-se no formato de uma bola para tentar se disfarçar na natureza.
No Brasil, as áreas prioritárias de reprodução da tartaruga-de-pente são o litoral Norte da Bahia e Sergipe; e o litoral Sul do Rio Grande do Norte. Os mergulhos da tartaruga combinam ainda com os cenários paradisíacos do arquipélago de Fernando de Noronha e do Atol das Rocas, locais em que a espécie é também encontrada. É a mais tropical entre as tartarugas-marinhas. Segundo informações do projeto Tamar,a principal ameaça já foi a coleta de ovos e o abate de fêmeas, principalmente para exploração e comércio do casco.
Não à toa o animal é chamado também de tartaruga gigante, já que é a maior espécie de tartaruga que existe atualmente. Chegar a medir 2m de comprimento de casco e pesar 900kg. O “Couro”, a que se refere o nome dessa tartaruga, deve-se ao fato de seu casco ser menos rígido do que outras tartarugas marinhas. São hábeis mergulhadoras também e chegam a 1 mil metros de profundidade. As fêmeas vêm para a costa para desovar e migram das áreas de alimentação e descanso para os locais de reprodução, em deslocamentos que podem superar 4 mil km. O animal vive na zona oceânica durante a maior parte da vida. A única área regular de desova conhecida no Brasil é no litoral norte do Espírito Santo. Trata-se de uma espécie altamente migratória. Mesmo com o apoio do projeto Tamar, a captura de fêmeas ameaça fortemente a espécie.
Essa pequena ave (com machos de cor branca e fêmeas verdes) vive em cidades cearenses na Chapada do Araripe. Segundo a ONG Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), a degradação florestal e hídrica teria aniquilado quase 60 casais maduros, “restando apenas 177”. A primeira descrição científica ocorreu em uma revista no ano de 1998. Segundo o ICMBIO, a espécie só ocorre em uma localização que perdeu 77% da área de ocorrência histórica. Pior: a região mantém a degradação ambiental e diminuição na quantidade e qualidade dos recursos hídricos. Um dos indícios da importância da preservação desse local é que a região de florestas abriga 130 fontes d’água, sendo que 91 são utilizadas pelo pássaro.
O sauim-de-coleira é um dos primatas com maior ameaça de extinção porque suas populações estão, na prática, oprimidas por fatores relacionados à ação humana e também por condições da própria natureza. Esses pequenos saguis são encontrados apenas em três cidades amazonenses: Manaus, Itacoatiara e Rio Pedro da Eva.
A culpa do ser humano está no desmatamento provocado com a expansão das áreas urbanas e que acuou o animal a ficar em trechos restritos. “Naquela região, estão instalados distritos industriais, foram construídas estradas e as florestas ficaram fragmentadas. Ficou pressionado”, explica o coordenador do Centro Nacional de Primatas Brasileiros do ICMBIO, Leandro Jerusalinsky. Com a redução do habitat, a espécie, que já tinha uma população restrita, ficou ainda mais suscetível.
Se não bastassem as ações humanas, o sauim-de-coleira ainda enfrenta outro adversário na própria natureza. Pesquisadores descobriram que outro animal, o sagui-de-mãos-amarelas (saguinus midas), virou um competidor pelo alimento na floresta. “De forma natural, parece que há uma competição com essa espécie de mico para a qual o sauim-de-coleira vem perdendo terreno”, disse o professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) Marcelo Gordo, coordenador do projeto de pesquisa sobre o sauim e que atua em Manaus.
Os cientistas estão até descobrindo um gênero híbrido com a presença desse outro mico. Não era uma hipótese. Viram que realmente o sauim estava desaparecendo. Mas até nesta história o ser humano pode não ser completamente inocente. “A expansão urbana também pode ter pressionado o saguinus midas”, afirma Jerusalinsky.
Nos últimos 20 anos, a população diminuiu de forma acelerada em pelo menos 80%.Também chamado de sagüi-de-duas-cores ou sauim-de-manaus, o corpo deste pequeno macaco mede entre 21 a 23 cm, sua cauda de 33 a 42 cm, e pesa cerca de 450 gramas. O nome científico bicolor se justifica pelas duas cores do pelo: a parte frontal, os braços, pescoço, tórax e parte das costas tem pelagem branca; a parte traseira do corpo é marrom alaranjada no dorso, na barriga e parte interna das pernas. A espécie é um dos 36 primatas brasileiros com risco de extinção e um dos oito animais criticamente ameaçados.
Ação de socorro - O Plano de Ação para conservação da espécie conseguiu congregar especialistas de todo o país. O objetivo é que sejam restaurados oito locais para proteção do sauim-de-manaus.
“As pesquisas são amplas, mas são focadas principalmente para o conhecimento da ecologia e biologia da espécie”. As pesquisas incluem os hábitos alimentares, interações sociais distribuição geográfica e genética.
Para o professor Marcelo Gordo, as políticas públicas têm dando conta parcialmente da problemática da falta de visibilidade do tema. “Por parte do ICMBio (governo federal) houve a criação do Plano de Ação Nacional (PAN), que vem articulando ações importantes e chamando atenção para os fatos em diferentes esferas, mas acho que ainda falta o engajamento efetivo das esferas Estadual e Municipal”.
De acordo com o professor, há um pouco mais de 40 mil exemplares. “Mas o problema não é esse número e sim a velocidade com que as populações estão diminuindo e ficando isoladas”.
A história desta espécie é um exemplo de como uma obra pode alterar o cenário ambiental de um lugar. Uma vítima conhecida é o sapinho Allobates brunneus, encontrado em uma área da Chapada dos Guimarães, nas matas da bacia do rio Casca, no Mato Grosso. Com a construção do reservatório da Usina Hidrelétrica de Manso, no final da década de 1990, a espécie foi praticamente exterminada. “Agora, só se conhecem três populações desse sapinho”, explica a professora Débora Leite, uma das principais pesquisadoras de répteis e anfíbios do país.
Ela explica que as águas do reservatório interferiram diretamente na sobrevivência da espécie, que é colorida e tem mecanismos de defesa. Antes da obra, o sapinho era abundante e encontrado com facilidade na região. Para se ter uma ideia do que significou o impacto, antes, o animal era encontrado em 286 quilômetros quadrados. Depois de alagadas as áreas, a extensão passou a cinco quilômetros quadrados.
A notícia ruim é que as três populações sobreviventes estão em redução, segundo o levantamento dos pesquisadores. A professora Debora Leite entende que há ainda menor conscientização sobre animais em extinção quando a espécie é um réptil. A perda de um animal como esse desequilibra todo o ecossistema. Ao faltaram répteis, por exemplo, sobram insetos. “Além disso, os répteis são responsáveis por fornecer substâncias para pesquisas e livrar o ser humano de inúmeras doenças”, acrescenta a professora.
Ao se construir um condomínio, é necessário estudos de impacto ambiental. Imagine quando se coloca em pé uma cidade inteira. O rato-candango desapareceu exatamente com a construção da cidade de Brasília, no ano de 1960. “Essa é uma espécie que acabamos sabendo muito pouco. Não é mensurável o impacto que isso tem”, explica o professor de biologia da Universidade de Brasília, Emerson Vieira. Ele lembra que os novos bichos encontrados foram enviados ao pesquisador João Moojen. Eram diferentes de outros ratos. Por serem de outro gênero, foram batizados de Juscelinomys candango, em homenagem ao então presidente JK. Entrou para a história, mas desapareceu da natureza.
A ave habita principalmente o leste do Paraguai, nordeste da Argentina e sul e sudeste do Brasil. A suspeita dos órgãos ambientais é que existam menos de 2,5 mil indivíduos. O declínio populacional continuado tem, segundo os ambientalistas, a perda de condições de habitat nos Pampas.
O pesquisador Clodoaldo Assis descobriu, em 2008, uma novidade que mudaria os rumos do estudo dele no município de Cataguases (MG). Em um fragmento de mata, durante campanha de campo, ouviu anfíbios cantando em um bambuzal. “Ao chegar no lugar, comecei a procurar o anfíbio nos bambus que estavam rachados. Continuei a inspecionar outros e tive uma surpresa, encontrei um anfíbio diferente, que não imaginava encontrar naquela área. Ele possuía uma forte ossificação na cabeça”, relembra. Clodoaldo Assis, que não tinha ideia de qual seria a espécie. "Não encontrei nada parecido. Era uma nova espécie, o que é uma conquista para todo cientista".
A professora Debora Leite, especialista em répteis e anfíbios, valoriza o processo da descoberta e entende que a classificação vai colaborar para conservação da espécie. “Lá é uma área da indústria da mineração e, agora, com essa descoberta e classificação, deve ser organizado um plano de ação e evitar a perda definitiva dessa espécie”, afirma (assista ao vídeo)
A Aparasphenodon pomba é considerada criticamente em perigo porque está restrita a um fragmento de mata em área de baixada na calha do rio Pomba. Os indivíduos desta espécie foram encontrados exclusivamente em um único ambiente de bambuzais em área de mata. Assim, sua área de ocupação é menor que 1,5 km quadrado.
Um detalhe importante é que a região se encontra fortemente impactada, com a vegetação fragmentada, com raros fragmentos de mata na calha do rio Pomba . “Sua área de ocorrência não é uma unidade de conservação e vem sofrendo impactos recentes”, explica o pesquisador. Assis lembra que o desparecimento da espécie pode acarretar desequilíbrio naquele ecossistema, acaba com as chances de descobrir substância que possam ajudar em medicamentos e pode atuar como um indicador para mostrar se o ambiente está bom ou não. “Além disso, nossa espécie [humana] não tem o direito de levar outras à extinção”.
De acordo com órgãos ambientais, as estimativas indicam uma população com cerca de apenas 500 indivíduos. A principal causa da redução populacional no passado foi a caça. Atualmente, as maiores ameaças são a poluição e outras interferências do homem no habitat do animal. Prova disso é que ambientalistas já descobriram que filhotes foram encontrados com resquícios de metais pesados. Segundo o projeto “Viva o Peixe Boi Marinho”, no Brasil, hoje a população está distribuída, de forma descontínua, de Alagoas até o Amapá.
A espécie, que só não é encontrada no Pampa, tornou-se um símbolo do Pantanal. A caça, preventiva e esportiva, e a perda de habitat com a expansão agropecuária, são as principais ameaças à espécie. De acordo com pesquisadores do ICMBIO, ocupa apenas 47% do bioma Pantanal, com população estimada em menos de mil animais.
O desmatamento em Alagoas e Pernambuco para o programa Pró-alcóol, na década de 1980, foi determinante para a extinção do mutum. “Todas as matas de baixada foram dizimadas”, diz o professor da Universidade de São Paulo (USP), Luis Fábio Silveira. A perda da ave significou um prejuízo imediato para a região, já que a espécie, ao se alimentar, espalha as sementes pelo solo.
A esperança de salvar a ave para a natureza ocorreu graças ao empenho de um criadouro no Rio de Janeiro que recolheu três espécies. Com o apoio de mais duas instituições, hoje já existem 80 animais. “A expectativa é boa e as aves podem ser reintroduzidas na natureza a partir do ano que vem”, afirma. Até isso ocorrer, é realizado um estudo que inclui a seleção das aves e também preparação do espaço. Outro motivo de extinção tem relação com a caça predatória.
Saiba mais sobre o animal e a reintrodução da espécie em entrevista com o professor Luis Fábio Silveira
A distribuição desta espécie está resumida à região do Distrito Federal, Serra do Cipó, em Minas Gerais, e Sete Cidades, no Piauí, de acordo com a Embrapa, órgão que pesquisa o animal. Esses mamíferos vivem em cavernas ou buracos naturais de diferentes dimensões. O morcego é considerado ameaçado porque o tamanho de sua população é de menos de 2,5 mil indivíduos. A perda de habitat e fragmentação do Cerrado são ameaças severas que já impactaram negativamente a população.
Trata-se de espécie migratória que passa o período não-reprodutivo no Brasil, sofreu declínio de 90% em sua população no centro-norte do litoral brasileiro, em um período de 25 anos, equivalente a três gerações. Ambientalistas acreditam que esse declínio deve continuar diante da presença do ser humano nas regiões litorâneas.
Essa espécie só foi descrita há 10 anos. O homem é diretamente responsável pela situação desse animal, que é abalado pelo desmatamento, agricultura e expansão urbana em áreas de mata nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. A estimativa é que a população não passe de mil indivíduos. Entidades governamentais informam que é possível aferir que houve uma perda de habitat de pelo menos 50%. De acordo com o que foi descrito, a pelagem é dourada com partes inferiores mais escuras. Os animais vivem em grupos de até 32 indivíduos
O animal ocupa os biomas do Cerrado e do Pampa, onde a situação é mais grave. Os ambientalistas chegaram à conclusão de que a espécie sofrerá uma redução populacional de, pelo menos, 29% nos próximos 21 anos (3 gerações). A estimativa está embasada em uma taxa média de desmatamento das vegetações de 1% ao ano. Nos Pampas, estima-se que a espécie ocorra em densidades muito baixas, com tamanho populacional inferior a 50 indivíduos.
A ave vive principalmente no nordeste da Argentina, sudeste do Paraguai e do Brasil. Antes, era encontrada do nordeste ao sul do Brasil. Segundo órgãos ambientais, foi extinta em muitas áreas desde sua distribuição original. Estima-se que existam pouco mais de dois mil indivíduos. A explicação para a diminuição da população tem relação com a caça e perda de qualidade do habitat.
A caça e a redução do habitat são as possíveis causas da ameaça à espécie. Ambientalistas explicam que a ave ocorria originalmente na cidade de Boqueirão da Onça, interior da Bahia. A população é, segundo o Ibama, menor do que 50 indivíduos. De acordo com documento publicado na Revista Brasileira de Ornitologia, trata-se de uma “ave enigmática” porque possui poucos registros documentados. “A despeito do seu porte relativamente grande, é muito discreta e de difícil visualização. Contudo possui uma vocalização bem característica e um forte de estalar o bico”, destaca a revista. É dependente de floresta original.
Espécie do Pantanal e do Cerrado tem populações nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A principal ameaça é a perda do habitat. Com o desmatamento permanente, a estimativa é que pode haver redução populacional de 18% nos próximos três anos.
Trata-se de uma espécie rara, encontrada na Bahia e em Sergipe. De acordo com o ICMbio, possui uma densidade populacional muito baixa, com uma população perto de 300 indivíduos. Ambientalistas entendem que a população tende a diminuir ano após ano em virtude da perda do habitat. No município de Santa Brígida (BA), a comunidade tem participado de ações de sensibilização, como oficinas e palestras para proteção do habitat e da espécie. Os trabalhos fazem parte do projeto “Salve Guigó”. A coleta de dados é realizada na Reserva Biológica Saco da Arara, pela organização não-governamental Associação Nordesta Ecossistema, que registra mais de 10 anos das pesquisas sobre o animal
A espécie de gato do mato com o nome científico de leopardus tigrinus vive, segundo pesquisadores, nos estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil e há ainda registros na Amazônia. No bioma, a quantidade desses animais é tão pequena que não entra mais na contagem dos pesquisadores. Na caatinga, mata atlântica e cerrado, está certo que houve declínio populacional. De acordo com o ICMBIO, a população desta espécie foi calculada levando em conta uma área de remanescentes de pouco mais de 57 mil quilômetros quadrados. A estimativa é que nos próximos 15 anos possa ocorrer uma diminuição de pelo menos 10% da população. Os vilões desta história são a fragmentação de habitat causada pela expansão agrícola. De acordo com pesquisa do professor Tadeu Oliveira, a espécie foi encontrada na Amazônia em pelo menos três unidades de conservação: Parque Nacional Campos Amazônicos (Amazonas e Mato Grosso), Reserva Biológica do Jaru (Rondônia) e Estação Ecológica de Maracá (Roraima).
A cuíca de colete tem apenas uma ocorrência no Brasil, em Rondônia, em uma área bastante degradada. Esforços de coleta têm sido realizados no Acre e áreas fronteiriças do Amazonas, bem como resgates de fauna em áreas de inundação e supressão de vegetação em Rondônia, sem obter registros da espécie. O estado de Rondônia é proporcionalmente o mais desmatado da Amazônia brasileira. A suspeita é que a população de cuíca-de-colete no Brasil está isolada.
A cuíca-de-colete é um marsupial noturno, que se alimenta de plantas, e que, na estação seca se alimente de néctar, mas também inclui frutos. Está sujeita a entrar na lista de extinção regionalmente caso não seja implementado um programa de conservação.
De acordo com pesquisadores, a explicação está nas alterações ambientais, como processos de fragmentação e destruição de habitats. “É o caso de espécies extremamente raras como cuíca-de-colete (Caluromysiops irrupta) , cuja densidade populacional no ambiente é estimada em valores menores que 30 indivíduos”.
Os pesquisadores têm apenas um registro conhecido na zona metropolitana do Rio de Janeiro, em uma área bastante pressionada pela construção do Complexo Petroquímico. Os cientistas coletaram um grande número de observações e a espécie não foi mais encontrada. A estimativa é que, caso ainda exista uma população, deve ser com menos de 50 aves.
Trata-se de um animal que pode chegar a 130 quilos e é, assim, o maior da família dos cervos. As construções de hidrelétricas na Bacia do Rio Paraná mataram diversas populações do animal. Atualmente, a previsão é de 25 mil indivíduos. Outro inimigo do animal é a caça nas regiões dos rios Araguaia, Guaporé e Paraná.
Conhecido pelo belo canto nos Pampas e pela plumagem diferente, o cardeal-amarelo sempre foi alvo de capturas ilegais no Rio Grande do Sul. Se não bastasse essa ação direta com vistas ao mercado de animais silvestres, a espécie é vítima também do avanço das monoculturas de eucalipto nas fronteiras gaúchas com o Uruguai e a Argentina.
“É importante que as pessoas se conscientizem para não adquirirem um animal ilegalmente”, aponta o professor da USP, Luis Fábio Silveira, especialista em pássaros.
O veterinário Renan Stadler, responsável técnico do Zoológico de Gramado - centro de preservação da ave, ressalta que pode demorar 10 anos para reintroduzir essa ave criticamente ameaçada na natureza, da formação de casais até levá-lo de volta para a floresta.
Nos últimos 48 anos (período equivalente a três gerações da espécie), a população de Caiarara teve uma redução estimada pelos especialistas em pelo menos 80% da população original. Inclusive, segundo o ICMBIO, a espécie foi listada recentemente como um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo por grupo de especialistas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). No Brasil, o animal busca sobreviver no leste do Pará e Maranhão,justamente em uma região conhecida por ter um “arco do desmatamento”. Assim, tornou-se extremamente raro. A extinção ocorre devido à alta pressão de caça e alterações ambientais profundas. De acordo com o coordenador do centro de primatas do ICMBIO, Leandro Jerusalisky, uma notícia ruim é que este primata tem tolerância reduzida mesmo a níveis leves de perturbação ambiental, como o desmatamento seletivo.
É uma espécie restrita ao Centro de Endemismo de Pernambuco. O número total de indivíduos maduros desta espécie não ultrapassa 2.5 mil. Além disso, há declínio continuado da população devido à perda de qualidade de habitat e de área de ocupação. Confira vídeo da ave:
Imagens cedidas para o Portal EBC pelo pesquisador e fotógrafo Carlos Gussoni
Ela tem nada menos do que 30 metros (o equivalente a um prédio de 10 andares) e chega a 170 toneladas, mas o tamanho dessa espécie não diminui o risco de extinção. Acontece que a espécie sempre foi rara na costa brasileira, mesmo antes do período de caça , a partir do início do século 20. De acordo com registros do Ministério do Meio Ambiente e do ICMBIO, não foram encontradas mais animais desta espécies no Brasil. Ambientalistas entendem que a população se recupera principalmente na Antártica, mas representa apenas 1% do que já foi. A expectativa é que a causa dessa redução pode ser reversível. Há uma estimativa de que existam cerca de 3 mil animais distribuídos principalmente no Norte do Pacífico.
A espécie, originárias dos biomas Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Amazônia, sofreu, segundo o Icmbio, uma “drástica redução populacional” devido à caça predatória. Atualmente, as populações representativas da espécie estão na Bacia Amazônica e no Pantanal. Porém, as estimativas são pessimistas porque áreas naturais dos biomas onde os animais vivem estão abaladas pela destruição, construção de hidrelétricas e mudança de habitat com a extinção de peixes, principal alimentação da ariranha
Não fossem ações para conservação da espécie em cativeiro, a ararinha-azul, celebrada pelos filmes de animação “Rio 1” e “Rio 2”, da Disney, já poderia ser identificada apenas com a ficção inspirada no passado. O animal é uma das espécies mais ameaçadas de extinção não apenas no Brasil, mas também no mundo inteiro.
“A ararinha está ameaçada de extinção principalmente por causa do tráfico internacional de animais silvestres e também pela perda do habitat”, explica a coordenadora do plano de ação para conservação da espécie, Camile Lugarini. Restam apenas 79 indivíduos em cativeiro em um programa de reprodução para sua reintrodução à natureza em criadouros na Alemanha, Catar e Brasil (em São Paulo). “Trata-se de uma espécie que foi descoberta apenas em 1986 e que carrega ainda muitos mistérios”
Diferentemente do que os filmes contaram, não é a Amazônia o seu habitat típico, mas a caatinga, onde foi vista pela última vez na natureza no ano 2000 na cidade de Juazeiro (BA) Tem comprimento de 55 a 57 cm e pesa cerca de 400 gramas. Hoje, a população da espécie está em criadouros na cidade de Curaçá, no Norte da Bahia.
Em 2014, pesquisadores realizaram buscas no Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí, e não foram encontrados novos indivíduos, conforme explica a coordenadora. A veterinária acredita que tiveram efeito positivo os filmes de animação para dar visibilidade à espécie, a parte das licenças poéticas de relacionar a ave com a Amazônia ou com o Rio de Janeiro.
“Soubemos que o roteiro com o personagem Blue se baseou na ararinha Presley, que era criada em cativeiro nos Estados Unidos e que morreu no ano passado com 40 anos”, disse.
A proposta do plano de ação, que congrega entidades de governo, cientistas e ambientalistas, tem como objetivo aumentar a população em cativeiro e recuperação até 2017 do hábitat da caatinga baiana onde a ararinha vivia. Otimistas, os pesquisadores imaginam que a reintrodução na natureza pode acontecer até 2021. Seria uma espécie de “final feliz” para essa história que, por enquanto, tem mais mistério e drama.
A anta é uma gigante em processo de extinção. Trata-se do maior mamífero terrestre do país. Chega a pesar 300 quilos e tem comprimento de 2,5 metros. A gestação demora mais de um ano. No Cerrado, com a redução do habitat, pode perder 80% da população nativa. Mp Pantanal, a ameaça é menor, 15,5%. Estima-se que, em todos os biomas em que ela vive, há uma tendência de declínio da espécie com a redução do habitat
A bela plumagem amarela tornou-se um atrativo para que a ararajuba, uma ave genuinamente brasileira, tenha se tornado uma das espécies mais visadas da Amazônia para tráfico ilegal. Além disso, a destruição das florestas é um grande inimigo para sua sobrevivência. De acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), a população total, que não deve passar hoje de 3 mil indivíduos, está em declínio e confinada entre o Oeste do Maranhão, Sudeste do Amazonas e Nordeste do Pará, além de Rondônia e Pará, entre os rios Tocantins e Xingu. A área de ocorrência diminuiu em 40% em relação à original nos últimos 30 anos. Pior: segundo o ICMBIO, pode ser reduzida em mais 30% nos próximos 50 anos.