Manaus tenta desarticular redes de exploração sexual
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Capital amazonense corre contra o tempo para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes. Rede de exploração já atua no porto da cidade e transforma barcos em boates. Liderança indígena denuncia aliciamento de meninas da comunidade. Educadores e atletas aproveitam a Copa e as Olimpíadas para fortalecer projetos de promoção do direito ao esporte como forma de retirar as crianças da situação de vulnerabilidade.
A capital do Ceará enfrenta o desafio de combater as redes de exploração sexual durante a Copa. O problema é antigo, mas ganha novos contornos com o aumento no fluxo de turistas. Meninas em situação de vulnerabilidade são alvo dos aliciadores. Projetos sociais buscam ampliar a rede de proteção com campanhas para moradores e turistas. Associação recreativa usa a Copa para ensinar que criança tem direito ao esporte.
Crianças e adolescentes estão presentes no comércio da capital do Rio Grande do Norte. Durante a Copa das Confederações, o problema se intensificou. A previsão é de que no mundial ocorra o mesmo. Para combater essa violação, espaços de convivência vão receber crianças durante a Copa. Associação e grupo de ação social oferecem esporte para combater o trabalho infantil e o consumo de drogas. Falta de investimentos em espaços esportivos dificulta trabalho dos educadores.
Luta contra remoções e pelo direito ao esporte marcam Recife
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Comunidades da região metropolitana da capital de Pernambuco vivenciam o impacto das remoções para a construção de obras viárias .Creches da região fecharam as portas com a redução no número de crianças em algumas comunidades, o que também causou impacto na vida das famílias não removidas. Em Coque, moradoras se mobilizam pela reconstrução de quadra esportiva soterrada para construção de viaduto em nova via que liga o centro ao bairro mais nobre da cidade.
Crianças de Salvador vivenciam preconceito e violência nas ruas
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A capital baiana teme o aumento do trabalho infantil em torno da Arena Fonte Nova. Comunidade próxima ao estádio sofre com ausência de escolas e de áreas esportivas seguras. Adolescentes em situação de rua denunciam violência policial e preconceito. Iniciativas sociais tentam garantir espaços de lazer durante a Copa. Unica piscina pública e olímpica da cidade foi soterrada para obras do mundial. Jovens nadadores que treinavam no espaço olímpico recebem apoio de projeto que também atua no combate ao racismo e na redução no índice de mortes por afogamento.
Obras da Copa no Rio prejudicam atividades de crianças em estádio de atletismo
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Por conta das obras no Maracanã, o estádio de atletismo Célio de Barros segue parcialmente interditado. Crianças, pais e professores protestam contra interrupção de atividades. Obras também causaram remoção de famílias para bairros com rede escolar precária. Unidade de ensino da zona oeste enfrenta dificuldades de infraestrutura, mas busca garantir atividade esportiva. Conselho dos Direitos das Crianças critica suspensão das aulas durante a Copa.
Belo Horizonte teme remoções e busca ampliar o direito ao esporte sem racismo
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A capital mineira teve diversas comunidades ameaçadas de remoção por conta das obras da Copa. Em uma delas, a Vila Dique, crianças vivem em situação precária, mas improvisam espaços para as brincadeiras coletivas. População em situação de rua denuncia repressão policial durante eventos esportivos. Escolas tentam ampliar espaços para a prática esportiva. Combate ao racismo associado à educação e ao esporte é defendido pelo jogador de futebol Tinga.
Brasília tem o desafio de conter a violência policial
Foto: Marcello Casal
Meninos e meninas em situação de rua temem que se repita na Copa do Mundo agressões vivenciadas durante a Copa das Confederações. Nas rodovias que dão acesso à capital federal, a preocupação é com o aumento da exploração sexual. Em clubes, crianças e adolescentes vivem o encantamento com o futebol, mas também os riscos do treinamento para gandulas. Atividade requer estrutura física e emocional além dos limites para esta faixa etária.
Iniciativas contra violência e racismo mobilizam Cuiabá
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Denúncias de abuso e exploração sexual de meninos e meninas triplicaram na capital do Mato Grosso entre 2012 e 2013. Boa parte dos novos casos foram registrados nas proximidades da Arena Pantanal. Comunidade quilombola combate o racismo para diminuir vulnerabilidade de meninos e meninas. Esporte e cultura negra entram juntos em campo para fortalecer a auto-estima de crianças e adolescentes negros.
Rede de exploração sexual segue ativa no entorno do estádio da capital paulista
A abertura da Copa do Mundo será no dia 12 de junho, em São Paulo. No entorno do Itaquerão, estádio que vai sediar o primeiro jogo, uma rede de exploração sexual alicia crianças e adolescentes. Sem se identificar, um trabalhador contou que o crime ocorre nas proximidades de uma favela. Capital paulista vivencia ainda as contradições da publicidade infantil e do encanto das crianças pelos jogos.
Trabalho infantil em Curitiba deve se agravar na Copa
A previsão é dos movimentos sociais e da rede de proteção da capital paranaense, tendo em vista aumento da demanda no comércio informal da cidade. De acordo com o IBGE, o Paraná é o terceiro estado com maior número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. A integrante do Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil, Juliana Sabagg, afirma que a prática é socialmente aceita. Escolas e projetos sociais buscam oferecer dança afro e práticas esportivas como alternativas de lazer. Curitiba se tornou um centro de referência em ginástica olímpica, esporte que desperta sonhos, mas também exige cuidados com excesso de exigências nos treinamentos.
Falta de estrutura dificulta prática esportiva nas escolas de Porto Alegre
A sede gaúcha da Copa se divide entre a paixão pelo futebol e a estrutura precária para a prática esportiva nas escolas. Às vésperas do mundial, governo e sociedade civil reconhecem os riscos das crianças e adolescentes da cidade ficarem expostas às redes de exploração sexual pelo aumento no fluxo de turistas. A situação das famílias das comunidades onde houve remoções também preocupa.
Confira a décima segunda reportagem da série especial "Direitos das Crianças no país da Copa".