Um dos mitos antivacina que mais circularam nos últimos anos é a afirmação de que as vacinas estão associadas a casos de autismo. O equívoco tem como base um artigo publicado na revista científica Lancet em 1998, quando um pesquisador britânico levantou a relação entre a doença e a vacina tríplice viral. O artigo foi amplamente desmentido por outras pesquisas, inclusive a própria revista reiterou que as conclusões eram falsas. Apesar das insistentes tentativas de desfazer essa imagem, a associação errada continuou a circular e, recentemente, foi novamente desmentida pelo Ministério da Saúde do Brasil em um serviço de combate a fake news (http://www.saude.gov.br/fakenews/44429-vacinas-causam-autismo-fake-news).

Acompanhando um posicionamento da Organização Mundial de Saúde, a Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações não recomenda mais a revacinação com BCG em crianças que não desenvolveram cicatriz após a vacinação indicada ao nascimento. Uma nota informativa publicada no início deste ano explica que o tema foi debatido durante quase um ano com o Comitê Técnico Assessor em Imunizações (CTAI) e houve consenso de que não há evidências científicas que justifiquem manter a revacinação nessas situações.

Pacientes e profissionais de saúde precisam ficar atentos à diferença entre intolerância ao açúcar natural do leite (lactose) e alergia às proteínas do leite de vaca. A intolerância é uma deficiência digestiva causada pela ausência da enzima lactase no organismo, enquanto a alergia desencadeia reações do sistema imunológico causadas pelo contato com a proteína do leite.
Algumas vacinas, como a tríplice viral produzida pelo Serum Institute of India, podem ter traços de leite entre seus componentes, mas isso não é empecilho para quem tem intolerância à lactose. Apenas a alergia à proteína do leite deve ser objeto de precaução dos profissionais de saúde.

As gestantes possuem um calendário de vacinação específico no Programa Nacional de Imunizações e devem ficar atentas a ele. Grávidas devem se certificar de que estão em dia com as vacinas DT e Hepatite B, participar da campanha de vacinação contra a gripe (Influenza) e receber a tríplice bacteriana do adulto (dTpa - difteria, tétano e coqueluche). Por outro lado, a Sociedade Brasileira de Imunizações explica que elas não devem receber vacinas com vírus vivo atenuado, como a tríplice viral, e as vacinas contra o HPV, a catapora e a dengue.

A vacina contra o vírus Influenza não tem potencial de causar a gripe. A imunização é fragmentada e inativada, o que significa que ela é preparada com pedaços do vírus morto, que levam o organismo a produzir anticorpos para estar preparado no momento em que tiver contato com o antígeno.

Um dos mitos combatidos por especialistas ao redor do mundo é o de que o contato natural com os antígenos é a melhor forma de ter um sistema imunológico fortalecido. Além de ser um risco para a saúde pública, esse comportamento pode produzir consequências graves e irreversíveis quando as doenças imunopreveníveis são contraídas, como surdez (tétano neonatal), paralisia (poliomielite), danos neurológicos permanentes (meningite) e morte.

Quando pessoas que são público-alvo de uma vacina deixam de se imunizar, elas abrem brechas para a circulação de doenças que podem infectar outras que têm a saúde mais frágil e não podem se vacinar. Ao impedir que vírus e bactérias se multipliquem, altas coberturas vacinais também protegem bebês que ainda não atingiram a idade de receber uma imunização específica, pessoas com doenças ou sob tratamentos que abalam o sistema imunológico e grupos que têm alergia a determinadas substâncias presentes em alguma vacina.